(30/03/2016 )-- em português
Se sair à rua sem um centavo no bolso, poderei dizer-me, ou considerar-me livre?
Non. Evidentemente que não, a menos que me empolgue uma qualquer exaltação vagabunda e selvagem que me lance num desafio ao mundo propagueando a minha miseria, o que revelara um momento em que estarei atacado por paradoxismo e loucura.
Suponhamos, portanto, que saio com dinheiro no bolso. Assim, se posso comprar aquilo que vejo, sentir-me-ei maravilhosamente livre e forte; detenho um poder sobre as coisas e sobre as pessoas -- sobre tudo quanto puder pagar-me. Mas, ao retirar o dinheiro do bolso, esqueci que com este gesto familiar ( << PAGAR >> ), que não sou eu quem é forte, poderoso, livre; esqueci que por este gesto estou aceitando um enorme mecanismo social -- que, até ignoro, ou prefiro ignorar ! Enquanto que este mecanismo funcionar em meu proveito, sentir-me-ei livre.
Eis o que acontece na vida de todos os dias. Esta familiariedade dissimula o << misterio social >>, embora tal não chegasse a este ponto se este misterio não estivesse jà, por natureza, oculto -- é a ilusão da Liberdade!!!
Ora, isto não é uma ilusão total : enquanto possuo dinheiro, sou verdadeiramente mais livre do que quando não o tenho!
Todavia e simultâneamente é uma ilusão, pois que é uma coisa exterior a mim proprio,( com tudo quanto està implicito ), onde se fundamenta a minha liberdade.
No " KAPITAL ", Karl Marx descreveu, em termos indubitaveis, o paradoxo desta alienação. Eis onde vamos focalisarmo-nos porque, filosoficamente, é o ESSENCIAL DO MARXISMO:
( a prosseguir, Quarta-feira, dia 06 de Abril de 2016, no " Texto N°42-B ).
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