" PRELUDIO-A-KARL-MARX "

( 05/12/2016 )-- em português

    << 2° CADERNO -- Texto N° VIII >>

O atomo << livre >> e << independente >>, que nem existe na Natureza, muito menos existe na sociedade.

<< O atomo não tem necessidades; o mundo à sua volta é o vasio absoluto... O individuo egoista da sociedade burguêsa, na sua representação abstracta, na sua abstracção morta, transforma-se em atomo -- ou seja, num ser sem relações >>, mas esta << abstracção morta >> manifesta imediatamente o seu proprio absurdo: o individuo mais egoista transvasa-a, por ser essa uma das suas necessidades naturais, tão << alienadas >> quanto elas podem estar na sociedade burguêsa. ( a vêr-se em : " Sagrada Familia " , ed. Nehring, tomo II, pagina 284 ).

Esta representação, proclamando o individuo duma forma geral e abstracta, recusando-lhe todas as condições duma individualidade concreta, afasta-se a tal ponto da realidade que o desacordo fica evidente.

Completamente ridicula a maneira como os teoricos do individualismo << atomista >> apresentam a relação entre o individuo e o Estado, entre o individuo e a Razão, entre o individuo e o Universal !!!

Eles ( estes teoricos do individualismo ) são incapazes de estabelecer uma relação coerente entre estes termos, oscilando duma harmonia pré-concebida para uma incompatibilidade absoluta -- teses tão ridiculas, uma como a outra.

O problema teorico não é, portanto, o de criticar estas tais teses inconsistentes, mas de sim, compreender porque é que elas conseguiram guardar uma certa influencia ( como elas se mantiveram ), porque e como elas foram e continuam difusas no Ensino, na Imprensa, na Literatura.

Para esta questão, Marx deu-nos a resposta apropriada:

<< A superstição politica imagina ainda que a vida burguêsa deve ser mantida pelo Estado quando, na realidade, é o Estado que mantem a vida burguêsa >> !!!

 ( a continuar na Segunda-feira, dia 19 de Dezembro de 2016, no " Texto N° XIX )

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