" PRELUDIO-A-KARL-MARX "

( 12/10/2016 )-- em português

<< SEGUNDA PARTE >> -- Texto N°IV

A democracia burguêsa apresenta, no seu funcionamento efectivo, a cisão interna, a alienação dos homens !!!

Nada para nos admirar, porque ela assenta sobre esta alienação -- logo ela implica e deve reproduzi-la incessantemente ( embora que involuntariamente e inconcientemente ) na sua propria pratica.

Sobre a " Questão Judaica ", Marx diz:

<< O Homem é considerado como homem propriamente dito, " homem " por oposição ao Cidadão, porque ele é o homem na sua existencia sensivel, individual, imediata, em vez do homem-politico que não é senão um personagem alegorico... O Estado suprime ( à sua maneira ) as distinções de nascimento, de situação, de cultura, de ocupação, sempre que declara que o nascimento, a situação, a cultura, a ocupação, não são distinções politicas ( quando, sem levar em conta estas distinções, proclama que cada membro do Povo tambem participa à soberania popular ), quando trata todos estes elementos da vida real do Povo sob o ponto de vista do Estado >>.

Entretanto, por esta negação abstracta e completamente idealista...

... << o Estado deixa a propriedade-privada, a cultura, as ocupações agirem à sua maneira, e até lhes permite afirmaram as suas essencias particulares ... >>.

Deste modo, o conteudo social da liberdade juridica e politica abstracta encontra-se não apenas na liberdade do Capital ( enquanto tal !!! ), mas tambem na afirmação juridica do direito de propriedade, na propriedade-privada ( enquanto facto !!! )...

<< ... afirmando a sua essencia particular >>...

e desenvolvendo as suas consequencias, até se imporem em absoluto. Tal é o sentido concreto, efectivo, da abstracção " Estado " e da sua aparente independencia.

O Estado democratico e o seu regimen representativo tornam-se, NECESSARIAMENTE, no Estado da burguesia dominante, no Estado da classe burguêsa !!! Desta forma, eliminam ( definitivamente ) a dissociação e a antiga oposição da comunidade publica e da escravatura.

<< No mundo moderno, cada individuo faz simultaneamente parte da escravatura e da comunidade publica >>.

( a continuar no " Texto N° IV-A, Sexta-feira, dia 21 de Outubro de 2016 )

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